FLÁVIO TINÉ LULA DA SILVA
Tenho pensado muito em
alternativas. Preciso de algo que substitua o noticiário, modifique a rotina,
traga novas tarefas para ocupar o tempo que se perde ouvindo cachorro latir,
telefone tocar e a secretária do lar reclamando da falta de açúcar, café ou
banana.
Não adianta dar dinheiro
para suprir tais necessidades, porque outras queixas hão de surgir. Pode não
faltar gás, mas quebra-se um copo, a vassoura não presta mais, ou lá vem aquele
vizinho perguntar se tem jornal velho para as necessidades do cachorro dele. Sou
dos poucos que ainda compram jornal de papel, e ele sabe disso.
Uma das vantagens do ócio
é descobrir na televisão documentários sobre a vida e a obra de Paco de Lucia.
O pai era violonista, daí sua paixão pelo flamenco. Meu pai também tocava
violino na igreja e nem por isso virei músico. Apenas arranho algumas notas ao
violão.
Quero apenas acordar de
madrugada ouvindo Silvio Caldas. Sei que é difícil cantar como ele, tocar como
Baden Powell, compor como Vinicius. Mas é fácil curtir. Às vezes passo a
madrugada ouvindo música.
Outro dia, um médico
sugeriu que parasse de sonhar. Chega de Gisele Bündchen, Bruna Marquezine e
musas que tais. Daí, me apaixonei pela pianista russa Olga Scheps (vide
YouTube).
Já que não sei escrever
como Osman Lins nem cantar como Mônica Salmaso, contento-me com a imagem das mulheres
bem-sucedidas do Facebook ou com as companheiras da hidroginástica.
Só não me peçam para
acrescentar Lula no nome. Sou apenas Flávio Tiné, e olhe lá...